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domingo, 28 de novembro de 2010

COMENTÁRIO PROVA UEPA PRISE 1 PROSEL 1

Como poeta satírico, Gregório de Matos Guerra
denunciou a ação da metrópole que, atuando
sobre os recursos naturais da colônia, a
impedia de usufruir livremente de suas próprias
riquezas. Tal política muitas vezes acarretou
consequências adversas à vida socieconômica
colonial. Marque a alternativa em que os versos
confirmam essa afirmação.


a Perca quanto ganhar nas mercancias;
e em que perca o alheio, esteja mudo.
b Ande sempre na caça e montaria:
Dê nova locução, novo epíteto;
E diga-o sem propósito à porfia
c Atrás um negro, um cego, um mameluco,
Três lotes de rapazes gritadores:
É a procissão de cinza em Pernambuco.
d Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
e Só sei que deste Adão de Massapé,
Procedem os fidalgos desta terra.


a letra D assinala a idéia crítica em torno da exploração do ciclo econômico do açucar. Gregório se posiciona diante  do poder da metropole sobre a colônia.

Discutimos isso em uma apostila onde relacionei um texto do Cazuza ( Brasil ) com um outro que falava da Bahia que já tinha sido rica e agora vivia na pobreza em função da exploração.



2
Todalas aves do mundo d’amor cantavan;
do meu amor e do voss’ i enmentavan:
leda m’and’eu!
[...]
Do meu amor e do voss' i enmentavan;
vós lhi tolhestes os ramos en que pousavam:
leda m'and'eu!
Vós lhi tolhestes os ramos en que siian
e lhi secastes as fontes en que bevian:
leda m'and'eu!
Vós lhi tolhestes os ramos en que pousavam
e lhi secastes as fontes u se banhavan:
leda m'and'eu!.
Nuno Fernandes Torneol








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Todas as aves do mundo de amor [cantavam;
do meu amor e do vosso ali recordavam:
como ando feliz!
[...]
Do meu amor e do vosso ali lembravam
vós lhes tolhestes os ramos em que pousavam:
como ando feliz!
Vós lhes tolhestes os ramos em que ficavam
e lhes secastes as fontes em que bebiam
como ando feliz!
Vós lhes tolhestes os ramos em que
[pousavam
e lhes secastes as fontes onde se banhavam
como ando feliz!
Livre adaptação

Os trovadores, muitas vezes, relacionam os estados emocionais com representações da Natureza, sendo a
paisagem, muitas vezes, uma extensão das experiências sentimentais. A este propósito marque a
alternativa correta considerando as estrofes acima.
a O cantar dos pássaros é associado ao enfraquecimento do amor.
b A paisagem é mencionada pelo eu feminino com certa indiferença.
c Há pouca referência a elementos naturais.
d As imagens de degradação ambiental sugerem que o amor permanece sempre o mesmo.
e As mudanças na paisagem sugerem um progressivo desgaste do amor.


alternativa E assinala a interpretação que diz respeito a perda de valores dos elementos da natureza decorrentes do desgaste amoroso


OPINIÃO DO PROFESSOR _ A questão envolvendo o assunto TROVADORISMO poderia ter sido melhor trabalhada.


3

No século XVI, em que Camões viveu, quando
não se falava ainda de poluição dos lençóis
freáticos, era possível às pessoas retirarem
diretamente do meio ambiente a água potável
para consumir. Leia os versos do poeta abaixo
transcritos e identifique aqueles que podem ser
corretamente associados ao fato referido no
início deste comando.

a Com a água que cai
Daquela espessura,
Outra se mistura
Que dos olhos sai.
b Bem são rios estas águas
Com que banho este papel;
c O campo floresça,
Murmurem as águas,
Tudo me entristeça,
Cresçam minhas mágoas.
d Descalça vai para a fonte,
Lianor pela verdura;
Vai formosa e não segura.
(...)
Leva na cabeça o pote,
Mais branca que a neve pura.
Vai formosa e não segura.
e Sempre teus olhos estão,
Camila, de águas banhados.

Alternativa D revela a idéia da água " mais branca que a neve pura " servindo ao propósito do comando da questão

4
O meio ambiente desempenha muitos papéis na
produção poética árcade. Assinale a opção em
que Bocage o utiliza para criar a atmosfera do
“locus horrendus”.

a Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza e sem brandura,
b Amargosas, mortais desconfianças,
Deixai-me sossegar alguns momentos:
c Ah! Cego eu cria, ah! Mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana:
d Olha, Marília, a flauta dos pastores.
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
e Deu meio giro a noite escura e feia.
Que profundo silêncio me rodeia,
Neste deserto bosque, à luz vedado.

a idéia da natureza " feia ", " horrenda " ( locus horrendus ) em função da emoção do pastor confere o pré-romantismo no texto e a assertiva E cabe bem ao exigido no comando



5

Assinale o comentário que pode ser associado
às relações socioeconômicas identificáveis na
farsa O Velho da Horta, de Gil Vicente.
a A mulher de Fernandeanes tem o controle
total das atitudes afetivas do marido.
b O Velho considera importante informar à
moça que não utiliza agrotóxicos em sua
horta.
c A horta, segundo a farsa, possui um
proprietário e um funcionário (o hortelão).
Na ausência do último, o próprio dono
assume as tarefas de venda.
d O trabalho nas hortas, na época de Gil
Vicente, era tão intenso que os
proprietários costumavam não respeitar os
horários das refeições.
e Para melhor distribuir sua produção, os
hortigranjeiros contam com o auxílio de
alcoviteiras, como Branca Gil, por exemplo.


Exige-se do aluno o conhecimento dos personagens da obra. Alternativa C atende ao comando


6

O senso comum dá ênfase aos poderes
afrodisíacos dos produtos naturais. Assinale o
trecho de O Velho da Horta em que temos um
exemplo disso.
a Mulher - Agora com as ervas novas
Vos tornastes garanhão.
b Velho - Ditoso é o jardim
Que está em vosso poder.
c Velho – que buscais vós cá, donzela,
Senhora, meu coração?
Moça – Vinha por vosso hortelão,
Por cheiros para a panela.
d Moça - Não vedes que andais já morto
E andais contra a natura?
Velho – Ó flor de mor formosura,
Quem vos trouxe a este meu horto?
e Moça – Uma rosa? Para quê?
Velho – porque são colhidas de vossa mão
Deixar-me-eis alguma vida,
Não isenta de paixão.


Gabarito dado pela UEPA assinala a letra A, porém o aluno pode entender " ervas novas " como a Moça que seria o " estimulante " ao comportamento enamorador do Velho. E assim o aluno fica confuso nesta questão. UEPA deve reavaliar questões que permitam uma interpretação maior


7

Na produção dos poetas árcades, o eu nem
sempre acha-se integrado ao meio ambiente
que o cerca, desfazendo a unidade com a
natureza teoricamente desejável. Leia os versos
abaixo e assinale aqueles em que Cláudio
Manuel da Costa, ao refletir sobre a relação do
eu com a natureza, demonstra isso.


a Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos.
b Onde estou, este sítio desconheço.
Quem fez tão diferente aquele prado?
c Nise, Nise, onde estás? Aonde espera
Achar-te uma alma que por ti suspira;
d Sonha em tormento d’água, o que abrasado
Na sede ardente está;(...)
e Junto desta corrente contemplando
Na triste falta estou de um bem, que adoro;


Encontramos um " estranhamento " do pastor em relação ao locus amoenus na letra B, o que torna a sua relação com o meio ( natureza ) diferente do bucolismo e integração sempre esperado nos textos árcades




Nota final do Professor


Prova que exige do aluno atenção aos detalhes e muita interpretação. O aluno que centrou seus estudos em cada tópico não teve dificuldades maiores para atingir seu objetivo.

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